Para tentar entender melhor como se deu a criação dessa produção cartográfica durante o século 17, e entender a sua cronologia e, quem sabe, sua genealogia, foi criado este esquema.
Aqui, destaca-se a relação entre todos os mapas da exposição, seja em sua cronologia, seja em sua origem. Nem sempre somos capazes de apontar quais mapas foram usados como base por outros. Porém, entre os desenhos de Vitória, os mapas de Albernaz, o Velho, certamente foram influenciados pela obra de seu pai, ainda que tenha atualizado tanto o desenho quanto os topônimos. Já o mapa de Vingboons, apesar de não trazer nada de diferente dos mapas portugueses, é difícil apontar uma origem específica para suas informações.
Já entre os mapas do Espírito Santo, é possível montar a genealogia dos mapas portugueses desde o mais antigo, de Luis Teixeira, até 1640, o momento em que todo o território da capitania é cartografado, e até 1675. Não só os primeiros mapas do Livro da Razão do Estado do Brasil (de 1616 a 1627) são um claro avanço em relação ao anterior, como os de 1631 também são um importante passo à frente, ampliando a área mapeada e atualizando o mapa de Vitória. Mas é em 1640 que Albernaz encontra o formato que será utilizado pelo restante do século.
A partir de um conjunto de mapas original de 1640, sabemos haver diversas cópias e que os mapas portugueses posteriores são baseados diretamente nele. Já o mapa do holandês Van Keulen (1680) parece encontrar seus topônimos na obra de Albernaz, de 1640. Entretanto, é impossível dizer com certeza que ele foi fruto direto das obras portuguesas.